sábado, 27 de agosto de 2011


PERFEITA CANÇÃO


A J Silva


Procurei uma canção que pudesse expressar
toda dor e pesar
dos erros que na vida acumulei.
Que pudesse te mostrar,
te convencer,
te tocar,
te enternecer (estremecer).


Que visses que ainda errando;
foi somente por amar;
por temer sofrer;
por querer-te mais.
(Mais até que me quisera.)


Procurei uma canção
que fosse linda,
fosse bela.
Que dissesse te amo de tantas formas
a ponto de não poderdes mais duvidar,
de não poderdes mais me encarar
e dizer: “é Mentira”


Procurei.
Busquei à exaustão.
Nada encontrei à altura,
do meu amor,
da minha dor.
Que apagasse meus pecados,
brilhando em tua mente,
em teu coração.
Nada encontrei então.


Nesta infrutífera busca adormeci.
E, tomado de sonhos em frenesi,
por falhar na busca, a escrevi.


A canção mais bela e simples.
Palavras sucintas, métrica perfeita.
Melodia suave, ritmada.
Ao bater do coração acompanhava.


Com frases límpidas revelava
o amor que ainda em mim reside.
Em sua tonalidade translúcida
não havia sequer dúvida
que te amarei eternamente.


Nela havia perdão
havia amor.
havia luz, Sol, futuro.
Você e seu sorriso.


Quisera jamais acordar,
pela eternidade sonhar
com tal canção perfeita
que pra você escrevi.
já que ali me perdoava.


Entretanto,
como bem o sabes tu,
nos sonhos de poetas e cientistas
as mais tolas teorias,
as mais terríveis alegorias,
se tornam tão originais e belas.


Nos arrebatam de lógica ou emoção.
E, ao acordarmos então
sabemos de antemão
o tempo perdido em tal missão.


Mas, meu amor, não ligues.
Não te importes com tais tolices.
Pois sabes tanto quanto eu,
tanto quanto o Universo
que mesmo tal canção sendo perfeita
sendo bela, clara e sucinta.
Ah, querida, não minta!
Jamais terei teu amor.
Jamais terei teu AMOR!

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